quarta-feira, 24 de julho de 2013

Sim, Santidade!

Em minha vida relativamente curta, como Católica Romana, fui “liderada” por três Papas: João Paulo II, o Papa polonês, sumo-pontífice da Igreja desde que me conheci por gente; Bento XVI, bávaro, sucessor de João Paulo II; e Francisco, argentino, atual Papa, no momento presente no Brasil em decorrência da Jornada Mundial da Juventude, agora em curso. De João Paulo II tenho a lembrança de um papa carismático, simpático, embora já debilitado pelo atentado sofrido no início da década de 80 por parte do turco Ali Agca. Sua voz tranquila e débil é uma lembrança muito vívida em minha memória. Noentanto, em imagens de arquivo, pude constatar que, mesmo quando mais jovem, no início de seu longo pontificado, João Paulo II já era carismático, bem-disposto, aparentando energia, sempre muito respeitado e benquisto pelos fiéis. Admiro seus esforços para criar proximidade com as demais religiões. Creio que esta deve ser uma postura sempre mantida pela Igreja Católica Romana, pois o eculmenismo é uma das chaves de um mundo melhor. Minha relação com o Papa Bento XVI, como a de grande parte dos Católicos Romanos que conheço, foi e ainda é de reserva. O respeito rendido por parte dos fiéis em decorrência de seus oito anos de pontificado sempre pareou com a reserva. Não o descreveria como um Papa carismático. Sua ilibada reputação como intelectual, para mim, está permeada pela aparente seriedade dos modos que demonstrou. No entanto, Sua Santidade angariou meu profundo respeito quando teve a coragem suficiente para assumir que já não dispunha de forças para levar adiante seu pontificado e a humildade suficiente para renunciar em nome de outro potencial Papa que tivesse a energia e saúde necessária para conduzir a Igreja Católica Romana adiante. Lembrar-me dos últimos tempos de João Paulo II ao ver a expressão já cansada de Bento XVI me fez temer que o mesmo sucederia com o nosso Papa bávaro. Estou certa de que o agora Papa Emérito Bento XVI está sempre com os fiéis que liderou, em oração. E para sucedê-lo os cardeais escolheram o primeiro Papa latino-americano e o primeiro da Ordem Jesuíta, o então cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, que quis para nome Francisco, como Francisco de Assis, e honra a simplicidade do santo que homenageia, demonstrando energia, humildade e instituindo reformas necessárias na Cúria Romana, bem como aproximando-se dos fiéis, abençoando doentes e crianças por onde passa, deixando-se tocar, quebrando protocolos, recusando e abolindo luxos e perdularismos que, afinal de contas, são bancados pelos crentes Católicos Romanos mundo afora. Devo recordar ainda a forma carinhosa como o Papa Francisco sempre lembra a presença viva do Papa Emérito Bento XVI, visitando-o quando é possível e não deixando morrer suas contribuições e ensinamentos nas mentes de seu rebanho. Atualmente no Brasil, mais precisamente hoje (24 de julho de 2013) em Aparecida do Norte, é o primeiro discurso oficial de Sua Santidade no país, em português perfeitamente claro, que me leva a escrever, estreando este blog da melhor maneira possível. O Papa Francisco declarou saber que para chegar aos brasileiros era preciso que fosse por meio do coração. Diz ainda que gostaria de bater delicadamente a esta porta. Sua proximidade com os fiéis e as ternas imagens por ele evocadas conquistaram todo o país de maneira instantânea. Para quem não viu, segue o link: http://www.youtube.com/watch?v=5QD0h38Jxsw “Santidade: se tal me fosse concedido, eu vos diria que, logo depois que o mundo soube quem seria o novo papa, por vossas primeiras palavras a ele dirigidas, tocastes os corações, não apenas dos brasileiros, mas de cada Católico Romano que caminha sobre a Terra! Delicadamente, tocastes cada coração do rebanho que vos foi confiado. Desejo-vos uma vida longa e saudável e um longo pontificado”. Como Católica Romana, sinto-me acarinhada pela presença terna, sorridente e protetora de Sua Santidade o Papa Francisco. Penso que a Igreja Católica Romana estava necessitada de um líder que lhe propiciasse reaprender os sentidos da humildade, não ostentação e simplicidade com maior aprofundamento e cunho prático. Que possamos assimilar a lição e torná-la parte efetiva de nossas vidas, honrando a postura de Francisco, de ambos os Franciscos, e iniciando, com esse processo, a construção de uma nova Igreja Católica Romana, plena de singeleza, de humildade e de uma nova espiritualidade em Cristo. Salve, Francisco!